A VEZ DAS MINICASAS

Em um mundo cada vez mais sem fronteiras em que empregos e moradia são transitórios, ganha força a valorização do desapego como estilo de vida. Muito em breve, o mínimo pode ser tudo de que você precisa em uma casa




Em 2050 seremos 9.6 bilhões de habitantes no planeta Terra. Foi isso o que previu um relatório feito pela ONU em 2013. O maior crescimento populacional deve acontecer nos países desenvolvidos. E quando o assunto é o espaço em que vivemos, cenários como esse apontam para mudanças importantes. Ainda que exista a perspectiva de um adensamento verticalizado nos grandes centros, a probabilidade de que isso acarrete em metragens menores é uma hipótese a se considerar (apartamentos compactos já são quase metade dos lançamentos em São Paulo), tanto pelo fato de os espaços disponíveis serem escassos e caros, quanto pelo anseio de toda uma geração por uma vida com mais mobilidade e praticidade. Entra em cena como solução urbana o que parecia ser um projeto distante: minicasas em muitos formatos possíveis.

Essa solução de design urbano já começa a fazer parte da paisagem de grandes metrópoles mundo afora, com projetos distintos de construção compacta que se apresentam como uma solução para jovens e novas famílias fugirem dos assustadores financiamentos de 30 anos — isso não quer dizer que ter uma minicasa seja barato, mas a estrutura simplificada em muitos sentidos torna esse anseio pela casa própria uma possibilidade concreta, mesmo que isso envolva uma moradia construída sobre rodas (que libera o comprador de pagar por um pedaço de terra). O movimento tem muitos adeptos nos Estados Unidos, uma cultura já bem familiarizada com a ideia de viver em trailers ou motorhomes. “É um movimento que vai ganhar força sobretudo nas grandes capitais, onde o custo de vida é altíssimo”, conta a semioticista Janiene Santos, que mora há três anos no Missouri, EUA


A metragem em si, por mais desafiador que pareça morar em 18 m², não é a grande surpresa do movimento de valorização das minicasas. Muita gente mundo afora habita espaços minúsculos em diferentes contextos, por necessidade ou por opção. Os projetos recentes revelam o papel imprescindível e inovador do design ao pensarmos a otimização do espaço em que vivemos.

Fonte - Revista Casa e Jardim 

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